Sobretudo depois da fase do namoro onde tudo parece perfeito, onde existe o investimento constante no outro que escolhemos para nosso parceiro de vida, onde existem demonstrações de afeto, a necessidade de estar com o outro e as famosas borboletas na barriga. Com o decorrer do tempo, sem nos apercebermos e sobretudo se nada fizermos, o interesse vai-se dissipando. Damos a relação como garantida e assumimos que já não temos mais nada para conhecer acerca do/a nosso/a parceiro/a e assim vamos ficando, as borboletas vão voando e não disfrutamos da relação como poderíamos desfrutar. E é exatamente este ponto que me proponho a refletir aqui convosco, passando a mensagem de que é possível manter a curiosidade, o interesse, o entusiasmo nas relações mais longas. Mas não se esqueça de que uma relação é composta por duas pessoas e são preciso os dois para dançar o tango. Não espere que aconteça, faça também por acontecer. Quando duas pessoas se juntam, seja pelo matrimónio ou por qualquer outra forma de união, dão origem a um novo sistema, a sua nova família. E como qualquer sistema, a família é também ela composta por vários subsistemas, ou seja, núcleos mais pequenos em que se agrupam cada um dos elementos da família. No caso do casal, forma-se o subsistema conjugal. E neste novo subsistema, é necessário serem desenvolvidas novas funções e realizarem-se algumas tarefas básicas que no futuro irão prevenir que surjam assuntos tabu, questões mal resolvidas, porque decisões que anteriormente eram pensadas individualmente, devem agora passar a ser tomadas como casal. Ou seja, torna-se essencial a forma como “marido e mulher”, pela sua identidade, pela sua própria história, pela cultura da família de origem, vão fazer uma síntese de ambos, construindo – o “nós” – a relação. E este é o primeiro passo para uma relação bem sucedida, porque de que adianta uma relação socialmente vista como muito afetuosa se não existem as bases, as fundações? Faça por si, por vós e não pela imagem que passa para fora. Faça por serem felizes! Recorde-se de que é a comunicação e o diálogo que previnem que o vosso nós se torne num nó.E quando esses nós se formam?E se fosse tão simples como passar a aceitar que gostam do/a vosso/a companheiro/a, simplesmente porque gostam? Quando um casal procura a Terapia de Casal é porque um deles ou os dois já encontraram dezenas de razões para não gostar do outro, esquecendo-se do mais importante que é exatamente o que os levou a querer estar um com o outro. É como se o amor estivesse decomposto em pequenos pormenores que, hipervalorizados, levam ao desamor. Também é certo que o amor por si só não chega para manter uma relação de longa duração. A forma como se expressa o amor, as cumplicidades que o suportam, as relações com as famílias de cada um, os papéis parentais e a relação com os filhos são variáveis muito importantes no sucesso temporal do amor. E por essa razão, deixo-vos algumas sugestões para um casamento feliz: |
Importa perceber que no momento em que um casal se forma, formam-se tendo em conta três elementos: o eu, o tu e o nós. E cada um destes elementos tem uma identidade e uma vida própria, pelo que é importante que nem o casal, nem os cônjuges enquanto indivíduos se esqueçam de que autonomia, partilha e negociação são instrumentos fundamentais de articulação. |
2. Aceitar o Passado de Cada Um
Não são poucas as vezes que surge em terapia assuntos relacionados com o passado de cada um dos elementos do casal, em que o/a parceiro/a mostra ciúmes relativamente ao que o outro viveu antes da relação atual, fazendo por vezes comentários sobre a forma de estar de um e de outro no passado, minando desta forma a relação atual. Ciúmes dos antigos amores, daquilo que o outro possa ter vivido mais intensamente do que mostra estar a viver atualmente, de amores imaginados como não resolvidos, de contactos que se mantêm, de relações de amizade que tiveram num relacionamento amoroso o seu início. |
Aceitar o outro significa aceitar a sua história, com a certeza que não podemos voltar a rescrevê-la.
3. Não Dizer Tudo Ao Outro
Este é um ponto que poderá gerar alguma discórdia e aceito que assim o seja porque de facto cada casal é único. E embora quando um casal recorre à terapia de casal como uma forma de ver a sua relação melhorada, importa reforçar que o casal é o único responsável pela sua própria mudança pois são os elementos do casal que melhor do que ninguém se conhecem a si próprios. |
Aqui dotamos o casal de ferramentas para que eles próprios possam ir redescobrindo novas formas de estar, de se relacionar.
4. Estar Sem Os Filhos, Em Casa Ou Na Rua
Uma das perguntas que se deve fazer a si próprio é: há quanto tempo não fazem férias sem crianças, vão jantar fora os dois, ou estão em casa sozinhos? Apesar das grandes mudanças na cultura familiar, continua forte a ideia de que o casal deve subordinar a sua vida aos filhos. Evidentemente que podem existir dificuldades práticas, nomeadamente, a não existência de rede familiar ou social de apoio, que possa ficar umas horas ou mesmo alguns dias com os seus filhos. Mas podem, por exemplo, propor a troca de serviços com algum casal amigo, que também tenha filhos pequenos. |
5. Respeitar A Família De Cada Um
De acordo com a literatura e experiência clínica, um dos sinais de pior prognóstico num casal é o corte de relações com a família do outro. Respeitar a família do outro não é só manter relações de maior ou menos cordialidade, é também e sobretudo não a desqualificar pelos seus hábitos, valores e dinâmica familiar. Quando escolhemos o nosso parceiro, escolhemos todo este sistema familiar que na maior parte das vezes tem mais diferenças do que semelhanças com o nosso. |
Nunca, num casal, se deve colocar o outro numa situação de “ou eles ou eu”.
6. Saber Surpreender O Outro
Não deverá ser surpresa se lhe disser que um dos maiores inimigos da relação conjugal é a monotonia. A monotonia dos hábitos, a rotina diária, mas sobretudo a monotonia dos comportamentos e das reações emocionais. Nas discussões conjugais é frequente ouvir-se: “não vale a pena falares, porque já sei o que vais dizer”. Mesmo que o outro tenha coisas novas para dizer, com este tipo de comentários torna-se compreensível que possa perder o interesse em fazer diferente. Um pequeno gesto, novo, criativo, diferente, pode inverter esta situação. |
7. Não Se Isolar, Estar Com Os Amigos
Quantas vezes já ouvimos alguém queixar-se que quando algum amigo começa a namorar se afasta. É verdade, há casais que têm tendência a viver a sua relação, sem grandes contactos com o exterior, para além da família. Se o isolamento na fase inicial da relação amorosa é natural e até fortificado, com o tempo pode tornar-se asfixiante e impedir a entrada de novos estímulos. Mas o ciúme também pode contribuir para dificultar a permeabilidade do sistema conjugal, ou seja, a entrada de novos membros. |
8. Rir Muito
É frequente ouvirmos, em terapia de casal, quando se questiona a cada um porque escolheu o outro, surgir como resposta o sentido de humor. Uma relação em que o humor existe, é uma relação em que mais facilmente se revolvem os “amuos”, em que os períodos de tristeza são mais fáceis de ser ultrapassados, em que cada um tem a capacidade de se rir de si próprio nas fases críticas. |
9. Passear Muito
O espaço da casa, mesmo de uma boa casa, pode tornar-se claustrofóbico, principalmente com crianças pequenas e ao fim-de-semana. Algumas famílias vão acumulando um estado de tensão, levando a que o dia possa culminar em discussões a partir do nada. Sejam flexíveis, respeitem as necessidades de cada um, podendo apenas ficar sossegados ou fazer um programa diferente. |
10. Dar Presentes Sem Ser Nas Datas Oficiais
Toda a gente gosta de receber presentes, sobretudo quando não está à espera. |
11. Aprender A Aceitar As Diferenças
Os casais preocupam-se mais em encontrar aquilo que os une do que o que os separa. Como se de algo cultural se tratasse, em que o procedimento conjugal tende, desde o namoro, a encontrar pontos comuns na procura da alma gémea. Quando se percebe que isto não é assim tão linear, querem mudar o outro, moldando-o aos seus desejos: tarefa em que despendem muita energia e muitas horas de discussão. Ainda que, num casal que saiba negociar bem as suas diferenças, o tempo acabe por aproximá-los nas suas formas de reagir e até nos seus gostos, a tensão será menor, se cada um entender que há coisas no outro que não são possíveis de mudar. |
12. Não Confundir O Todo Com As Partes
É bastante comum nas rotinas dos casais que a partir de circunstâncias irrelevantes surja um ataque à personalidade do outro. Quantas vezes já ouviu: “queres ir ao cinema? Não! É sempre a mesma coisa, nunca queres fazer nada, és uma chata”. Como se o outro fosse e reagisse sempre de igual forma. Confundir amor com imagem refletida no espelho pode ter efeitos devastadores na relação. |
A relação conjugal vai sendo estruturada entre a rotina, mais ou menos rígida, e a criação de espaços de atenção ao outro que reforçam o sentimento de se ser único para a outra pessoa.
Se sente que está a ultrapassar uma fase menos boa na sua relação, não hesite em pedir ajuda! A terapia de casal poderá ajudar-vos a reencontrar a vossa harmonia, o vosso equilíbrio.
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