Toda a situação da vida pode ser vista de diferentes perspetivas. Não precisamos de negar a realidade, ou de fantasiar algo que não está, basta simplesmente mudar o ângulo com que olhamos para a situação. O Corona vírus está a introduzir mudanças grandes ao nosso dia-a-dia, muitas delas capazes de fazer “franzir o sobrolho” ao mais otimista: confinamento em casa, restrições à circulação (nacional e internacional), restrições no contacto com os outros, dificuldades de resposta dos sistemas de saúde, cancelamento de atividades culturais e desportivas (pequenas e grandes), quedas acentuadas no mercado bolsista, o abrandamento da atividade económica e do consumo e previsões de recessão económica a breve prazo. E sim, para além disto, há pessoas doentes e várias vítimas mortais, com uma taxa de contágio em ritmo exponencial e uma taxa de mortalidade associada à doença muito considerável (os dados apontam para 5%). Um prato cheio. Onde andará o “bright side” de tudo isto? É cedo para perceber as implicações profundas deste momento. Pode tudo voltar ao “normal” daqui a umas semanas ou, vá, no verão... Ou poderá emergir um “novo normal”, de contornos ainda difusos… Há no ar uma sensação (que talvez seja também um desejo) de estarmos perante um movimento tectónico, de uma mudança brusca e profunda. O tipo de mudança que transforma a nossa existência em algo novo e, por isso mesmo, cheio de possibilidades. Vejamos o que o que esta situação já nos ofereceu: uma passagem ao teletrabalho para uma parte significativa da população, uma aproximação da família nuclear (casal, pais e filhos, avós), uma demonstração generalizada de civismo, a ativação das redes de apoio de familiares e amigos, um abrandamento geral da vida, uma redução do consumo, uma redução da poluição, o aumento do tempo livre. Trata-se de um curioso recentrar do foco em aspetos realmente essenciais. Trata-se de um curioso recentrar do foco em aspetos realmente essenciais. Na verdade, uma resposta a anseios expressos por muitos e há já muito tempo. Talvez esta experiência seja uma etapa útil no processo de repensarmos como temos vivido e de como queremos viver: a um nível individual, a um nível coletivo, como sociedades. Passando da ansiedade frenética do “o que faço a seguir?” e “para onde vou?”, para uma maior capacidade de se estar onde importa, fazendo o que realmente importa e em conexão próxima com os demais. A experiência de uma mudança assim está-nos a ser oferecida neste momento. Assim sendo, e de modo a prolongar a experiência, não esquecer de cumprir (o mais possível e com razoabilidade) as recomendações de precaução para evitar o alastramento da doença. Para que a mudança, tectónica ou não, se dê da melhor forma possível.
0 Comentários
Seu comentário será publicado após ser aprovado.
Enviar uma resposta. |
E-book Grátis:Sobre este blog:Bem-vindo ao Blog Learn2be Academy. Categorias
Todos
|