Todos nós já perdemos...um familiar, um amigo, um emprego, um animal de estimação, simplesmente perdemos alguém ou algo. A dor que sentimos quando perdemos é de uma dimensão gigante, chegamos a sentir que nos afogamos na nossa própria dor. Qualquer que seja a perda, esta exige sempre um processo de luto associado. O luto é uma despedida forçada e definitiva, é um processo natural que ocorre sempre que há uma perda significativa. Portanto, é tão válido realizar um processo de luto pela perda de alguém, como pela perda de algo. As pessoas e coisas têm o significado que nós lhes queremos dar, assim, uma perda poderá ser encarada de forma mais intensa ou suave consoante o significado e sentimento que eu atribuo à mesma. Estas perdas acarretam sempre emoções difíceis, levam-nos a sentir que a dor nunca será superada e não existe uma forma certa ou errada de lidar com a perda e expressar a dor. A dor é o sofrimento emocional que se sente quando alguém, ou algo, desaparece. Frequentemente o luto é associado à perda de um ente querido, no entanto, esta perda não tem necessariamente de estar relacionada com alguém, várias formas de perda podem causar dor e sofrimento, nomeadamente:
Para cada pessoa, um luto diferente A forma como cada um sente a dor da perda depende de vários fatores, incluindo a personalidade, as ferramentas que temos no momento para conseguir lidar com a situação, a nossa experiência de vida, as nossas crenças e a natureza da perda. O processo de luto leva o seu tempo, cada perda tem o seu tempo e é um processo gradual. Existem, no entanto, fases do luto, que são transversais a todos os processos de luto. podemos identificar 5 fases:
Esta fase leva-nos a procurar segundas opiniões ou outras explicações para o sucedido. A raiva Nesta fase é comum surgir pensamentos como: “porquê a mim?”, bem como, sentimentos de raiva e injustiça. Geralmente estes sentimentos de raiva e revolta são projetados no ambiente externo, assim, olhamos para o mundo, os outros e Deus, como causadores do nosso sofrimento. Sentimo-nos inconformados, a perda sentida é uma injustiça na nossa visão. É comum instalar-se comportamentos como: perder a calma quando se fala no assunto, recusar ouvir conselhos e evitar falar sobre o sucedido. O luto produz uma tristeza avassaladora que não pode ser aliviada, porque a perda é irreversível, é definitiva. Perante esta crise domina o choque de dois pensamentos distintos, a vida é desejável, no entanto, a morte ou a perda é inevitável. A negociação
Estas negociações são sempre acompanhadas de promessas, pactos ou sacrifícios. Esta fase é breve, não se encaixa na nossa realidade, portanto, rapidamente percebemos que não podemos impedir a realidade. A depressão
A aceitação
Cedo ou tarde, todos nós vamos passar por uma situação de perda. Devemos estar conscientes de que o luto vivenciado não consiste num problema, é apenas um processo. No entanto, pode existir a cristalização numa das fases descritas anteriormente, em que a pessoa enlutada não consegue simplesmente avançar. Aqui o luto torna-se patológico, podendo este levar a perturbações mentais ou mesmo doenças físicas. Lidar com a dor de quem partiu e passou a viver apenas no nosso coração Estas fases não tem um tempo definido para acontecerem. Tudo depende da perda, da pessoa e do momento em que acontece a perda. Um dos fatores que mantém o sofrimento é o evitamento das emoções dolorosas que surgem após a perda. Existe a ideia errada de que se não falarmos sobre a dor, esta irá desaparecer mais facilmente. A saudade não passa, não se evapora, mas aos poucos vai-se transformar. Transforma-se em lembranças carinhosas, em recordar os momentos vividos com a capacidade de sentir que valeu a pena. Se no início, perante a perda, a dor da saudade é constante, após o processo de luto bem resolvido, podemos percecionar que a saudade ocupa um lugar diferente. Aos poucos, o aperto no peito, a tristeza e o desespero é substituído pelo carinho. Passar pelo processo de luto é o que nos possibilita reorganizar e reconstruir a nossa vida. Ainda que seja um processo extremamente doloroso, o luto é um processo bonito. Neste processo é possível preencher o vazio, reencontrarmo-nos, e descobrirmos mais sobre nós. Conseguimos perceber o quanto fomos amados pela pessoa que partiu, como fomos felizes com a pessoa que partiu. Sentimos gratidão, sentimos que somos únicos e especiais, tivemos o privilégio de conviver com alguém que admirámos. Isto é um processo bonito. Por vezes temos de morrer na vida antiga para reconstruirmos uma vida nova. Se sentir, persistentemente, tristeza, raiva, culpa, solidão e desamparo estará na hora de procurar ajuda. É importante admitir que não somos capazes de lidar com o sofrimento sozinhos. Certifique-se de que o seu processo de luto seja encarado como um processo de transformação e desenvolvimento pessoal, escolha aprender com este processo, que tem tanto de doloroso quanto bonito.
3 Comentários
Natália Silva
29/2/2020 04:50:50 pm
Excelente profissional...
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