O divórcio é uma das maiores crises no ciclo vital da família. Envolve uma multiplicidade de factores stressantes e a passagem de um equilíbrio existente, em que a família reside toda na mesma casa e se relaciona de determinada forma, para um novo estado em que os elementos familiares irão passar a viver separados com todo um novo conjunto de regras e papéis. Além dos aspectos estruturais, existem um sem número de questões emocionais que irão impactar em toda a família. O nível de conflito existente, as perdas associadas às mudanças exigidas pelo divórcio (mudança de casa, perdas económicas, familiares, etc.), as características individuais de cada um, serão, sem dúvida, questões a ter em consideração na hora de ultrapassar a crise que o divórcio constitui. Se antigamente era natural estar casado “para sempre”, hoje, “até que a morte nos separe” refere-se ao momento em que um dos elementos do casal ou ambos decidem terminar uma relação que já não sustenta, preenche, faz crescer e que chegou ao fim. O paradigma alterou-se e actualmente as pessoas entendem que têm o direito de ser felizes e isto envolve também as suas relações conjugais. Se por um lado ouvimos que “Já não se luta como antigamente” também é de reflectir sobre a afirmação “ as pessoas já não estão para viver infelizes”. É fundamental perceber o que levou o casal até ao ponto de ruptura e considerar a Terapia de Casal como ferramenta para compreender o que não funciona e se pretende que ainda resulte. Contudo, reorganizarmo-nos e erguermo-nos após uma crise como esta é premente para nos mantermos pessoas felizes e saudáveis. E quando há filhos?Com certeza esta crise que é o divorcio não afetará apenas os cônjuges que decidem separar os seus rumos afectivos/amorosos. Os filhos, também eles, inevitavelmente irão sofrer com a separação dos pais como reacção natural à perda da estrutura familiar. Comparativamente com filhos de famílias intactas (1º casamento), os filhos de famílias divorciadas e de recasamento (a seguir a divórcio), apresentam, em média, mais problemas emocionais e comportamentais, menor competência social, menor auto-estima, desempenho académico mais pobre e maior absentismo escolar na adolescência (Escamilla, Soza & Rivera, 2007; Faber & Wittenborn, 2010; Ruschena, Prior, Sanson & Smart, 2005; ). Contudo, o ajustamento e recuperação dependem sobretudo: da relação entre os pais antes do divórcio; da qualidade de relação entre os pais após o divórcio; da qualidade de relação com os pais. Embora os filhos sintam também as perdas associadas ao divórcio, será importante que os pais se fortaleçam durante o processo, mantendo uma atitude de responsabilidade coparental, no sentido de transmitirem sobretudo a confirmação, continuidade, proteção e diálogo que é fundamental aos filhos sentirem. Qual a melhor forma de lidar com os filhos após o Divorcio?
“O divórcio não é a melhor situação, embora possa ser a melhor solução” |
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