Alcançar objetivos pessoais beneficia com treino e habilitação neuropsicológica

Neste texto deixo-vos uma reflexão pessoal que resulta da minha experiência como psicólogo clínico e, portanto, da convivência com relatos da prática clínica sobre as dificuldades em alcançar objetivos pessoais.

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Neste mundo acelerado em que vivemos estamos sistematicamente a ser confrontados, seja por exigências externas, seja por vontade própria, a formular objetivos que consideramos importantes ou necessários. 

Fazer dieta e/ou exercício, praticar um hobby, investir em formação profissional ou de desenvolvimento pessoal, etc, são interrogações que acedem frequentemente à consciência das pessoas. Interrogações que motivam a realização de escolhas.
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Os processos de tomada de decisão colocam dificuldades que, amiúde, não são ultrapassadas. ​Porquê? 
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Tomar decisões, fazer escolhas, inclui operações exigentes em termos cognitivos pois obriga a uma boa ponderação de possibilidades e das consequências, de ganhos e custos, etc. 

Esta exigência torna-se ainda mais complexa pelas cargas emocionais associadas às opções elencadas. 

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“Eu quero fazer exercício físico para ter melhor aparência
​mas só consigo ir ao ginásio às 7h00 da manhã”. 

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A conflitualidade entre a motivação para ir ao ginásio e o custo de se levantar cedo promovem uma carga emocional de valências opostas que perturba a tomada de decisão. ​

Porém, mais do que fracassar na tomada de decisão, as pessoas perdem-se muitas vezes nos processos pós-decisionais.

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A concretização de uma decisão/escolha, inclui três componentes que, embora integrando um todo, são distintas. ​

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A primeira componente é a tomada de decisão propriamente dita que referimos antes. 

A segunda componente é a operacionalização da decisão e a terceira componente é a manutenção das ações necessárias à concretização do objetivo.
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A operacionalização da decisão beneficia significativamente da planificação adequada das ações necessárias à concretização do objetivo. 

É fundamental ter um plano que deve ser suficientemente flexível para beneficiar dos ajustamentos que se verifiquem como necessários. 

O plano deve incluir a organização da melhor sequência de ações/tarefas de forma a garantir o êxito. 

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Esta tarefa de operacionalização requisita um conjunto de competências mentais, executivas, como o planeamento,
​a priorização e a organização.

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Isto significa que o exercício dessas competências constitui um treino fundamental para o seu desenvolvimento. 

Um aspeto fundamental nesta atividade consiste na ponderação dos custos necessários para a empreitada, além dos ganhos presumíveis que a pessoa vai ter com a prossecução do objetivo. 

Ao negligenciarem os custos associados ao projeto, (volume do esforço a desenvolver, diminuição ou anulação de atividades prazerosas, perdas na vida social/familiar, etc.), as pessoas abrem a porta para a desistência prematura. 

Até, porque, os objetivos com alguma complexidade exigem a manutenção no tempo da força motivacional e uma perceção de aproximação ao objetivo definido.

Caso contrário, o ​desânimo instala-se e a energia falece. ​

Definir bem o plano de ação, avaliar as vulnerabilidades e potencialidades de si próprio, apreciar adequadamente os custos envolvidos na realização do projeto são atividades mentais que requerem competências executivas que nem sempre estão devidamente treinadas nas pessoas.
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Aos dois problemas anteriores, tomar uma decisão e, operacionalizá-la adequadamente, acrescenta-se um terceiro que consiste na capacidade de manter o comportamento durante o tempo necessário para garantir o êxito. 

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Persistir na prossecução dos objetivos constitui frequentemente o maior obstáculo à sua concretização. 

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Trata-se, igualmente, de uma competência mental executiva que requisita a existência de uma força motivacional suficiente. 

Manter a força motivacional necessária torna-se mais possível quando a pessoa percebe que se está a aproximar do objetivo. 

Esta ​perceção traz a noção de que o plano foi bem elaborado e as ações empreendidas até então estão a ser eficazes. 

Outro aspeto muito importante para a manutenção da força motivacional é a capacidade de adiamento da gratificação, uma capacidade que também requisita uma competência executiva designada de controlo inibitório. 

Perceber o que falta para alcançar o êxito não é uma avaliação completamente objetiva pois está muitas vezes dependente da capacidade que a pessoa tem de esperar pela concretização de algo que deseja.
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Não é fácil caminhar no túnel sem que
​a luz do seu fim esteja logo visível.

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Tal como as competências executivas referidas antes, a persistência e o controlo inibitório podem ser desenvolvidas através de treino e habilitação neuropsicológica.
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Conseguir manter o comportamento eficaz, durante o tempo necessário, aumenta substancialmente a probabilidade de as pessoas alcançarem os objetivos a que se propõem.

Mesmo em objetivos muito desejados as pessoas fracassam frequentemente por não terem suficientemente desenvolvidas as competências mentais executivas como o planeamento, a priorização, a persistência e o controlo inibitório. 

Este treino exige conhecimentos específicos sobre o funcionamento do cérebro e da mente e pode ser efetuado no contexto da Psicoterapia.

Saiba que pode contar com o meu auxílio nesse processo.
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Doutor Jorge Ferreira
Psicoterapeuta no Learn2be Lisboa
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Doutor Jorge Ferreira