Estimad@s leitores, O tema deste mês na nossa revista, mexe particularmente comigo e acredito que consigo também. Este é um tema delicado e que deve ser observado e analisado com respeito pela sua delicadeza e importância no panorama emocional das nossas vidas. Dou comigo muitas vezes em consultas a abordar este assunto pela importância que acredito que devemos conferir à saúde mental e emocional de tod@s. Acredito profundamente que tod@s nós temos na vida alguma situação ou alguém que em maior ou menor grau nos feriu, desiludiu ou surpreendeu pela negativa por alguma razão e o resultado acabou por ser um afastamento, daqueles afastamentos em sinal de protesto, de auto-proteção ou de simples fuga ao desconforto. Quantas vezes damos connosco e ouvir chavões como: “Perdoar é importante” e a repeti-los para nós mesmos na expectativa de que por muito ouvir o nosso sistema emocional consiga realizar o perdão e seguir em frente com a tão prometida leveza que supostamente se segue ao perdão? E quantas vezes até já o tentamos fazer, real ou imaginariamente e nem sempre sentimos a tal da leveza e a prometida paz de espírito? É que talvez falte explicar uma parte, um daqueles detalhes de que ninguém fala e que é simplesmente fundamental para se perceber este processo que é tudo menos fácil ou rápido nas nossas vidas. Talvez nunca ninguém lhe tenha dito que: - Sim... Perdoar é importante.... mas isso não significa que os relacionamentos irão voltar a ser o que eram; - Sim... Perdoar traz leveza... mas só quando já percebemos e aceitamos que o pós perdão não contém em si a necessidade de voltar a fazer parte das vidas das pessoas a quem se perdoou e vice-versa; - Sim... Perdoar é importante... mas só quando aceitamos que é um ato único e exclusivamente autónomo e individual e que não significa que vá mudar nada na reação do outro ou na sua percepção sobre o acontecimento nem que vá provocar a mínima mudança no comportamento de nenhum dos envolvidos; - Sim... Perdoar traz leveza... mas essa é a leveza que só sentirá se aceitar a liberdade de seguir em frente sem a necessidade de que a(s) pessoa(a) que perdoa o/a acompanhem nessa estrada de vida que é sua, porque provavelmente eles não o farão e ainda assim, a estrada estará à sua espera para ser percorrida... tantas vezes a solo... mas LIVRE! É por todas estas questões que perdoar não é fácil, nem rápido, nem tranquilo... Muito pelo contrário... Perdoar é um processo de auto-conhecimento, auto-aceitação e valorização fundamentais para quem tem estradas a solo para percorrer sem nunca esquecer que a liberdade é uma conquista diária de si mesmo, uma construção de bases fortes e seguras que podemos escolher criar nas nossas vidas, para nós, por nós e em nós. Perdoar é acima de tudo um processo de maturação muito intenso e dinâmico internamente pelo qual temos que passar se quisermos libertar-nos das cordas onde inconscientemente nos deixamos aprisionar pelas mágoas, pelas desilusões e pelo sofrimento. Perdoar é escolher libertar a dor e viver o Amor, o próprio... aquele que deve superar todos os outros. Por isso perdoar envolve por norma 2 ou mais pessoas mas na realidade a libertação é feita de modo única e exclusivamente individual num processo de busca interior e de conhecimento e desenvolvimento pessoal, e por isso é tão difícil fazê-lo! Quantas vezes já deu consigo a pensar em situações do passado que gostava de já ter perdoado mas que simplesmente decidiu ignorar, na expectativa de que evaporem no tempo? Acredite que conheço bem a sensação de impotência quando decidimos ser verdadeiramente honest@s connosco mesmos e sabemos dentro do coração que ainda não conseguimos perdoar a situação A ou B acontecida há não sei quantos anos. É por isso que lhe garanto que vale a pena dar início a este processo de auto-descoberta com a promessa de muitas surpresas pelo caminho atribulado dos medos numa escalada interna até ao topo da montanha das nossas capacidades individuais... porque só nesse lugar seremos capazes de acreditar que a liberdade nos habilita a voar. No Learn2be temos uma equipa de profissionais habilitados e motivados lhe dar a mão e para o/a ajudar neste processo. Dê o primeiro passo, acredite em si! Vera Ferreira Diretora Clínica do projeto Learn2be
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Vivemos, atualmente, um momento emocionalmente exigente. Ainda não recuperados do susto e de toda a gestão pandémica que a Covid-19 provocou no mundo inteiro, entramos de repente num tempo que vem surpreender todos por abalar a paz que se vivia há décadas na Europa. Neste novo tempo, em que uma guerra invade a sensação de esperança e, principalmente, de segurança, importa lembrar que não há guerra com empatia, não há guerra com organização mental e educação emocional. Também não há guerra com valores humanos elevados. E de certeza que não há guerra sem desejos e fantasias de poder e autoridade de alguém. A guerra na Ucrânia obriga-nos a gerir, uma vez mais, emoções fortes e pensamentos ruminantes. Muito associados ao medo, à insegurança, à ansiedade, ao stress e à tristeza. Torna-se por isso essencial normalizar alguns sentimentos e pensamentos associados a este novo tempo. Um tempo de crise que, como tal, obriga a algumas gestões pessoais, de auto-cuidado e auto-conhecimento. Auto-Cuidados e Auto-Gestão A aceitação de emoções e sentimentos anormais é essencial. Ter sentimentos anormais em tempos anormais é, na verdade, normal. Aceitar não significa que nos tenhamos que resignar. Aceitar significa que normalizamos o sentir e deixamos que o mesmo faça o seu percurso sem o castrarmos. No entanto, alguns auto-cuidados são fundamentais para melhor gerir este tempo novo e instável. Auto-cuidados que passam pela gestão de informação consumida relativa ao assunto perturbador e limitação de foco no mesmo. Foco naquilo que podemos controlar e que melhor nos ajuda a gerir os níveis de stress experienciados. Procurar não estar tão isolado é importante para nos trazer esta sensação de estarmos acompanhados quer ao nível de sentimentos e emoções, quer ao nível das causas e valores que partilhamos. Somos seres sociais pelo que a socialização é um bom aliado à gestão interna da ansiedade, da tristeza, da ruminação mental. Outra tarefa ao nível de auto-cuidado é o manter de rotinas prazerosas e saudáveis. Rotinas que dêem foco e preencham um espaço interno que traga um sentir de maior controlo, esperança e segurança interna e externa. Rotinas prazerosas que aumentem níveis de serotonina e dopamina responsáveis pelo nosso bem-estar emocional. Rotinas que funcionem também como escapes a partes internas mais depressivas. Atividades de lazer e, principalmente, ao ar livre são sempre bons apoios neste nivelar emocional. Um último ponto relativo ao procurar de ajuda. Obter ajuda no outro, seja um amigo ou um profissional de Psicologia, é igualmente uma alternativa e dever importante quando se sente a necessidade de organização mental, emocional e relacional. Tempos exigentes exigem medidas diferentes e potenciadoras de uma maior normalidade funcional pelo que agir com brevidade e assertividade é sinal de saúde mental. João Pedro Lagarelhos Psicólogo Clínico e Coach O Dr. Miguel Gonçalves, Psicólogo e CEO da Clínica Learn2Be foi convidado do programa Júlia na SIC para falar acerca da Ansiedade nas crianças! |
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