1. Como devemos encarar o novo ano depois do desastre de 2020? Mesmo antes de encararmos o novo ano, é importante olharmos para este ano de 2020 da forma mais limpa e objetiva possível, sem nos entregarmos a ressentimentos, raivas, medos e tristezas. Claro que esse trabalho, de arrumar bem 2020, será um trabalho difícil, mais para uns do que para outros, porque os acontecimentos deste ano realmente provocaram grandes perdas económicas, emocionais e de liberdade pessoal à maioria das pessoas. E como em qualquer perda, há que fazer o seu luto, e estes lutos por vezes demoram tempo a serem resolvidos dentro da pessoa, pode levar mais ou menos tempo esse trabalho interior. No entanto, este ano veio também colocar à flor da pele as fragilidades na vida das pessoas, e quando falo em fragilidades, refiro-me não só a fragilidades financeiras e económicas, mas também a fragilidades relacionais e familiares, fragilidades a nível de sentido e propósito de vida e principalmente a fragilidades pessoais, como a carência emocional e a tendência para a dependência. Nesse sentido, ficou claro para muitas pessoas a necessidade de mudança interior e exterior das suas vidas.
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Nós não vivemos num espaço, vivemos num tempo. O espaço está sempre lá e sempre estará, o tempo em que neste momento estamos, não. O tempo passa, o tempo voa, e nós voamos com ele. Quando voltamos à casa da infância, o espaço continua lá, o que mudou foi o tempo. Aquele lugar já não é experienciado da mesma forma que foi, porque nós já não somos a mesma pessoa que fomos. Foi num outro tempo. As coisas e as relações vão e vêm. São reais apenas no tempo que em existem. O tempo não se junta, não se poupa, não se duplica. Não é possível pedir um empréstimo de tempo. O tempo é o bem mais valioso que temos e muitas vezes o nosso valor menos cuidado e valorizado. O mais importante que podemos dar aos nossos filhos é o nosso tempo. A autoestima dos nossos filhos está relacionada com o sentirem que são válidos o suficiente para que os seus pais passem tempo de qualidade com eles. O mais importante que podemos dar às nossas relações é o nosso tempo. O mais importante que podemos dar à nossa saúde é o nosso tempo. O tempo é a única unidade de medida válida, tudo o resto acaba por ser temporário e efémero. O tempo é a única unidade de medida real. Como consome o seu tempo? Mark Twain escreveu que: “a bondade é uma linguagem que o surdo consegue ouvir e que o cego consegue ver”. Talvez a bondade seja a linguagem humana mais universal, aquela que melhor permite criar um elo de comunicação entre os humanos, por mais diferenças que sejam à partida. Na tradição budista, a bondade é uma das quatro qualidades do coração que nos permitem viver uma vida feliz e prazerosa (as outras são a compaixão, a alegria empática e a equinamidade ou justa distância). Não por acaso, o atual Dalai Lama afirmou: “a minha religião é muito simples: a minha religião é a bondade”. E o que é a bondade?O espaço terapêutico é uma das características mais importantes de um processo terapêutico. Quando digo espaço, não me refiro ao espaço físico (em “psicologês” este tem o nome de setting terapêutico), mas sim o espaço para algo que é só nosso, privado e seguro. Para além disto, é um espaço diferente de todos os outros e que não está contaminado por outros contextos, pessoas ou agendas. É um espaço só seu. Dito isto, recorrer a este espaço não deveria ser um ato de desespero, mas sim um investimento no nosso bem-estar psicológico, que é, sem dúvida, a chave do nosso bem-estar geral. A psicoterapia é um processo que é fundamental para sermos a melhor versão de nós mesmos, e como consequência a melhor versão para aqueles que nos rodeiam. Não é um processo fácil, pois obriga-nos a mexer (e remexer) lá dentro. É emocionalmente intenso, às vezes frustrante, obriga-nos a entrar em contacto com coisas que não queríamos ou que nem sabíamos que estavam a ter tanto peso na nossa mente. A parte boa é que este é um processo a dois: é a relação terapêutica que serve de base à terapia e que nos permite criar as fundações para um bom trabalho terapêutico. Confiança, empatia e segurança no psicoterapeuta é fundamental e condição chave para o sucesso desta caminhada.O (Difícil) Processo de Separação dos PaisApós a leitura do artigo - A Ansiedade Infantil - O meu filho está sempre preocupado. Será normal? (Parte II). Podemos concluir que a ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão e angústia, caracterizado por tensão ou desconforto, derivado da antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. O facto da infância e da adolescência serem períodos caracterizados por grandes e impactantes mudanças físicas e psicológicas, torna natural que as crianças e jovens experimentem diferentes níveis de stress face a todos os novos desafios que estas novas mudanças acarretam. No entanto, algumas destas crianças e jovens não são capazes de atingir um ajustamento psicossocial saudável, podendo apresentar diferentes perturbações ou sintomatologias, como a ansiedade, que podem influenciar o seu desenvolvimento e funcionamento nos vários contextos onde se encontram inseridas, nomeadamente familiar, escolar e social. para a maioria das crianças e dos adolescentes, a ansiedade é uma experiência comum, funcional e transitóriaInicialmente, considerava-se que era praticamente insignificante a incidência de perturbações afetivas em idades infantis. Esta situação acontecia pois os fenómenos afetivos nestas idades tornam-se difíceis de identificar, dada a dificuldade em diferenciar os fenómenos físicos, dos fenómenos psicológicos, em crianças que se encontram em desenvolvimento. Além do mais, nenhum pai ou mãe está à espera que o seu filho adoeça do ponto de vista psicológico. Sabem à partida que o mal-estar físico é praticamente inevitável e adaptam-se facilmente à ideia de ver os filhos com dores de dentes, constipados ou com algum membro fraturado enquanto estavam a brincar na escola. Afligem-se quase sempre, assumem que dariam tudo para livrá-las daquele sofrimento, mas sobrevivem. No entanto, ninguém está preparado para reconhecer que o seu filho, ainda tão pequenino, possa sofrer de uma doença que nos habituámos a atribuir aos adultos. De facto, muitas das situações afetivas e manifestações depressivas aparecem nas crianças e adolescentes como que mascaradas através destes tais sintomas físicos, como por exemplo, “alterações comportamentais”, de “insucessos escolares”, “crises existenciais”, "perturbações do desenvolvimento”, “consumos”, entre outros. Tais manifestações só chegam a ser diagnosticadas, muitas vezes, como verdadeiras quando, num caso extremo, o jovem ameaça |
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