Passa pouco das 19h00, acabo a última consulta, sexta-feira longa, dia repleto de partilhas, de encontros terapêuticos, de histórias de vida que se encontram em desencontros constantes. Por vezes, uma luta contra o tempo, outras tantas, um olhar agora diferente, e um privilégio sem retorno que eu sinto por ser o denominador comum nesta partilha constante. Histórias de vida e suas significações, construções novas que desejo que sejam vividas fora do consultório, com força e narrativa. Ainda aqui, sentado no cadeirão, reflito sobre o dia, autópsia necessária àquilo que fazemos em consulta. Àquilo que representa a nossa experiência, o nosso propósito. Aquilo que fazemos e os seus significados. Aquilo que fazemos é fortemente influenciado pela nossa narrativa, pelo que acreditamos, pelas nossas crenças. Acredito veementemente e devolvo sempre aos meus pacientes que os nossos processos psicológicos são organizados pela nossa narrativa, isto é, pela forma como vamos construindo e significando a vida influenciando assim os nossos próprios processos emocionais, relacionais, a autoestima, o estarmos em criatividade, em assertividade e até nas nossas metas que pretendemos alcançar. Aquilo que dizemos, quase sempre, influencia aquilo que pensamos e consequentemente aquilo que fazemos. Aquilo que podemos chamar de crenças! Aquilo que queremos seRTodos temos crenças. Muitas são desenvolvidas na infância e já na idade adulta, não nos servindo para nada, insistimos em mantê-las como se nos protegessem, acabando por nos impedir de ser aquilo que queremos ser. As crenças tem um forte impacto nas nossas escolhas e decisões, são elas as responsáveis pela aceitação de que algo é verdadeiro, real ou importante na nossa vida, ou seja, dão significado aos acontecimentos. As crenças podem relacionar-se com as regras e valores que seguimos ou estarem intimamente relacionadas com a forma como nos vemos, como vemos o outro e o mundo. Quando temos dificuldade em distinguir o nosso valor pessoal das nossas metas, dos nossos feitos, do nosso emprego, dos objetos externos conquistados, estamos no domínio de das crenças mais centrais, aquelas que influenciam a forma de nos olharmos, são crenças associadas ao desamparo e a sentimentos de poder não se ser amado. Importa por isso refletir acerca dos pensamentos, que entrando no automatismo habitual, vão buscar essas crenças recalcadas. Serão elas importantes para nós? Servirão realmente estas crenças para nos fazer viver em pleno? Serão verdadeiras?Precisamos identificar estas crenças, o nosso comportamento, a nossa acção não pode jamais ficar aprisionada por significações antigas, desfasadas da realidade, é por isso obrigatório encontrar qual a origem e causa dessas crenças. Depois de identificar e atribuir a causa, fazemos a ressignificação da crença, ou seja, reconstruímo-la, percebemo-la, distinguimo-la de modo a torná-la um auxiliar forte de pensamentos automáticos positivos, verdadeiros, motivadores. Ai ai, crenças para que vos quero!? Apago as luzes e fecho os estores, passa pouco das 20h, levo comigo um mar de encontros, um entusiasmo poderoso, um agradecimento quase religioso por poder visitar lugares íntimos em terapias pessoais de cada um, por poder desmistificar crenças e mudar narrativas, olhar o amanhã com menos ansiedade e o passado com menos depressão. Fecho a porta do consultório e deixo para trás aquilo que podemos chamar de crenças! Psicologo Clínico e Life Coacher no Learn2be Algarve
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