É o comportamento que nos mostra o estado psicológico das pessoas pelo que ele é “o termómetro que os pais e educadores profissionais utilizam para medir a temperatura de crianças e jovens”. O problema é que o comportamento pode fornecer pistas erradas ou pouco legíveis sobre a existência de algum tipo de mal-estar ou sofrimento nos mais novos. Por exemplo, as vivências depressivas em crianças e adolescentes promovem comportamentos menos semelhantes aos que aparecem nos adultos. Hoje, pela visibilidade social que a depressão tem, quase todas as pessoas conhecem os sintomas mais típicos como o humor disfórico, a perda de interesse, a fadiga, as dificuldades de atenção ou, até, de raciocínio, a perda de apetite, etc. Nas crianças e adolescentes os estados depressivos podem manifestar-se de maneira bem distinta. O processo de crescimento de um indivíduo inclui o confronto com sucessivos acontecimentos que vão colocando exigências.Responder a esses desafios implica o desenvolvimento de mudanças na organização psíquica e, portanto, nas formas habituais de sentir, pensar e agir sobre as coisas. Algumas crianças e jovens começam a evidenciar vulnerabilidades que os predispõem para sentimentos de dificuldade, incompetência ou, até, desesperança quando são confrontados com estes desafios. Estes sentimentos, ao tomarem conta da sua consciência, fazem com que fiquem muito concentrados em evitarem a escalada da ansiedade e/ou tristeza. Isto faz com que não expressem o seu mal-estarde forma evidente o que o pode tornar despercebido ao olhar dos outros. O sentimento de dificuldade/incapacidade combinado com a inexistência de reação dos seus cuidadores pode fazer com que se sintam sozinhos e, até, desamparados. Fica, assim, criado um risco potencial que pode empurrar as crianças e os jovens para uma vivência depressiva. Que sinais devem chamar a nossa atenção e indiciar eventual sofrimento psicológico?
Nos adolescentes podem ocorrer algumas manifestações particulares como:
As crianças e jovens nem sempre possuem suficiente competência emocional e cognitiva para enfrentar os sentimentos disfóricos provocados pelos estados depressivos.Esta dificuldade leva-os a experimentar dúvidas sobre a capacidade para controlar as exigências e, em alguns casos, ao sentimento de indefesa. Além de outras componentes estas vivências estão particularmente associadas a dois fatores:
Progressivamente vão-se instalando sentimentos de dúvida e, por vezes, de desconfiança, que vão promovendo experiências de fracasso e vão alimentando uma identidade pessimista. As experiências repetidas de fracasso em crianças e, até, nos jovens, não resultam sempre de dificuldades de aprendizagem, elas podem emergir em função de sentimentos de dúvida ou desesperança. Estes sentimentos corroem a auto-estima e a auto-eficácia, componentes tão decisivas para a obtenção de aprendizagem e desenvolvimento.
Por exemplo, a capacidade, é uma causa interna, estável e geral enquanto a dificuldade da tarefa é uma causa externa, instável e específica. Explicar os fracassos com causasinternas (relativas aos seus atributos ou atitudes), estáveis, (pouco suscetíveis de alteração), e globais, (afetam a pessoa enquanto totalidade), aumenta a vulnerabilidade para vivências depressivas. Embora com menos intensidade, atribuir os resultados a causas externas, (o acaso ou o grau de dificuldade das situações), instáveis e específicas também induz sentimentos de baixa capacidade para controlar os eventos e, consequentemente, tem potencial depressivo. Quando os sentimentos de incapacidade para controlar os eventos de vida estão associados a dúvida ou desconfiança a vulnerabilidade para ocorrerem vivências depressivas aumenta. A modificação dos estilos cognitivos atribucionais, dos sentimentos de dúvida, incapacidade ou desamparo, requisita uma intervenção especializada que consiga transformar os circuitos neuropsicológicos e a personalidade da pessoa. Ela precisa modificar as emoções e pensamentos que habitualmente desenvolve no confronto com a realidade, particularmente com as situações complexas e/ou difíceis. Esta modificação pode ser alcançada pela técnica depsicoterapia que, apoiada em ferramentas especializadas, fornece a oportunidade ótima para ajudar as crianças e jovens com vivências depressivas.
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