O espaço terapêutico é uma das características mais importantes de um processo terapêutico. Quando digo espaço, não me refiro ao espaço físico (em “psicologês” este tem o nome de setting terapêutico), mas sim o espaço para algo que é só nosso, privado e seguro. Para além disto, é um espaço diferente de todos os outros e que não está contaminado por outros contextos, pessoas ou agendas. É um espaço só seu. Dito isto, recorrer a este espaço não deveria ser um ato de desespero, mas sim um investimento no nosso bem-estar psicológico, que é, sem dúvida, a chave do nosso bem-estar geral. A psicoterapia é um processo que é fundamental para sermos a melhor versão de nós mesmos, e como consequência a melhor versão para aqueles que nos rodeiam. Não é um processo fácil, pois obriga-nos a mexer (e remexer) lá dentro. É emocionalmente intenso, às vezes frustrante, obriga-nos a entrar em contacto com coisas que não queríamos ou que nem sabíamos que estavam a ter tanto peso na nossa mente. A parte boa é que este é um processo a dois: é a relação terapêutica que serve de base à terapia e que nos permite criar as fundações para um bom trabalho terapêutico. Confiança, empatia e segurança no psicoterapeuta é fundamental e condição chave para o sucesso desta caminhada.Todos os dias somos inundados por várias estratégias, dicas e caminhos para atingir o nosso bem-estar. Ciências, pseudo-ciências, descobertas de fórmulas infalíveis lançam sobre nós uma imensidão de dicas e estratégias para o alcançar. Na minha opinião, aqui a ideia de optar por fazer psicoterapia, fica a perder. Quando falamos em psicoterapia, parecem vir sempre associadas duas ideias: o divã e anos de terapia. Não desfazendo, pensar na psicoterapia deste modo é redutor. E mais, a estas ideias, juntam-se outras: “é um processo moroso”, “pouco dirigido”, “pouco acessível”, “para conversar falo com amigos”, “é um grande compromisso”, etc. A procura por alternativas mais “rápidas”, livros ou vídeos de auto-ajuda tem vindo por tudo isto a aumentar. Embora estes recursos tenham vindo a permitir uma sensibilização para temas social e psicologicamente relevantes, acabam por ser quase comparáveis a bens de consumo descartáveis, na medida em que são pensadas para chegar ao grande público, não tendo como foco o individuo. E é aqui que a psicoterapia ganha, aos pontos. É um processo único, diferente de pessoa para pessoa, individualizado e que assenta na capacidade de pensar, sentir e refletir. A nossa saúde mental é um bem demasiado precioso para só cuidar dele em momentos de desespero.É algo que merece investimento, e cuja procura se deveria basear na premissa interessante de uma busca pelo auto-conhecimento e auto-compreensão. Acredito que tal é um fator protetor da nossa saúde mental e física. Agora o desafio. Se nunca experimentar, nunca saberá os ganhos que iniciar um processo psicoterapêutico lhe poderá trazer. A sua saúde mental importa e deve ser cuidada.
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