As pessoas quando crescem deixam de voar. Em crianças todos querem ser astronautas, cientistas, bailarinas ou cantores. Na adolescência sonha-se com a moda, a representação e a música. Depois chega-se à idade a adulta e, das duas uma, a vida leva por um caminho novo realmente sentido e percorrido ou vai-se ao sabor do vento que corre em terra, nunca no ar, nunca a voar. Para voar é preciso ter asas e para ter asas é preciso construí-las, acreditar que é possível e não olhar para o lado, não desanimar, não desistir, não parar de tentar. Olho para cada pessoa que desiste dos seus sonhos, quando estes são mensuráveis e realistas, duma forma inconformada. Vejo diariamente vidas que acontecem, não se fazem, simplesmente acontecem conforme a vida decide acontecer. Apetece-me abanar algumas pessoas, e abano, dizendo-lhes que quando calçam os sapatos da sua vida, a vida dá-lhes a estrada certa para os usar. Gosto de relembrar as pessoas de que é de dentro que nasce a vida, que nem num ovo que ao partir-se, de dentro para fora, nasce uma vida, aos saltos, pronta para voar. E é a voar que eu me encontro numa estrada com os sapatos que decidi calçar. Voo numa mota barulhenta que me faz voar e relembra-me que em criança tudo o que eu queria era estar nesta posição, nesta mota, nesta estrada. Cresci e o sonho continuou. Há sonhos que não têm grande explicação, é aceitá-los e vivê-los da forma mais intensa. E eu vou voando, em frente nos meus sonhos. Algures na serra mais alta do sul do país, contemplo a paisagem e agradeço cada detalhe deste quadro vivo frente a mim. Sei que muitos não estariam sozinhos neste lugar, um pouco inóspito, frio e isolado. O sentimento de abandono grita horrores e eu sinto-me em pleno aconchego mental. Adoro estar comigo, sinto-me bem sozinho, falo imenso comigo e chego a conclusões sem fim ou não vejo qualquer fim ou conclusões ao que me passa pela mente. E então?! Acredito e tenho provas vividas de que somos donos, única e exclusivamente, de nós próprios, apenas de nós próprios. Somos o maior investidor em nós e somos o único ser que realmente nos irá compreender totalmente. Somos o que realmente quisermos ser. Somos tudo aquilo que vivemos anteriormente mais aquilo que vivemos actualmente com vista ao que iremos viver de seguida. E somos tudo aquilo que nos deixarmos ser. O ruído mental existente é necessário ser abafado, insonorizado, isto é trabalho terapêutico que tem de ser feito para que nos foquemos em nós, nas nossas mais valias, no nosso potencial, nas nossas diferenças. E o que nos torna especiais? Somos seres únicos, não há mais ninguém igual, não há mais ninguém fisicamente, psicologicamente, historicamente, socialmente que possa ser comparado a nós, não é fantástico? Se fossemos um produto de investimento, não seriamos um óptimo investimento que deveríamos fazer? Somos por isso o nosso melhor investimento! Não vale a pena fazer comparações com o vizinho ou com o colega, não vale a pena tentar ser o que não é, não vale pena querer que se pense que somos o que não somos. Na verdade, se o fizermos estamos a investir da forma errada, estamos a focar-nos no que não interessa, estamos a desperdiçar uma característica muito valiosa, a nossa singularidade. Montanha abaixo, motor em alta rotação, estrada aberta em frente sem fim. Vislumbro um homem, atarracado, desgrenhado e só. Abrando e pergunto-lhe onde desagua este rio negro de alcatrão onde me encontro. O peso de uma vida dura e presa a um destino pré-estabelecido encontra-se no ar triste, solitário, desinvestido neste homem humilde. Prossigo viagem e voo, uma vez mais, em rotas mentais. Lembro-me que as pessoas vivem acorrentadas e não voam. Pessoas ansiosas presas ao medo. Pessoas Deprimidas, presas a esta doença da vontade. Acorrentadas a destinos que não quiseram, a trabalhos que não pediram, a pessoas que não escolheram e a vidas que não são delas. São correntes mentais impostas ou incorporadas. Falta-lhes uma visão neutra e segura. Falta-lhes força interior. Falta-lhes o equilíbrio, falta-lhes iniciar o seu processo de mudança. O equilíbrio permite-nos convergir as nossas necessidades, com os nossos recursos. Permiti-nos vislumbrar o mundo com assertividade, sabendo o que somos e o que podemos ser/ter. A base da vida é o equilíbrio e é com ele que alcançamos a satisfação de uma vida plena. Mas dá trabalho! Precisamos romper com as correntes que não nos deixam voar, sair do registo mental habitual, pensar uns metros mais à frente nesta estrada aberta que é a vida. O equilíbrio mental é uma busca que devemos procurar sempre. Isto permitir-nos-à superar as adversidades quando necessário e actuar com precisão e segurança quando quisermos e tivermos oportunidades de voar. As pessoas quando crescem deixam de voar. Como se a adultez fosse sinónimo de conformidade, como se devêssemos desistir de sonhar. Um verdadeiro desperdício de espaço e de tempo, de singularidade, de ser o ser que somos. As pessoas quando crescem sabem voar melhor e voar é ser verdadeiro com o nosso ser em equilíbrio. Mas se a vida for madrasta, então corremos como se voássemos ou andamos como se voássemos, não paramos jamais de sonhar, seguimos em frente nesta estrada aberta que é a vida. Encontre o seu equilibrio interno, encontre aquilo que o(a) faz sorrir, e depois de encontrar, não largue mais, não se volte a esquecer. Caminhe no sentido de como quer que a sua vida seja. Estamos cá para o ajudar e apoiar nessa descoberta e nesse caminho. Marque já a sua sessão de Psicoterapia ou de Coaching. A aventura começa, espero por si. Psicoterapeuta e Life Coach no Learn2be Algarve
12 Comments
Ana Garcia
25/1/2018 01:31:18 am
Adorei 5*
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25/1/2018 11:19:54 am
Obrigado pela validação exma. Ana.
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Adriana S.
27/1/2018 01:04:33 pm
Entendi e fiquei con aquela vontade de voar fazer que nem se diz “pegar nas coisas e largar” kkkkkk valeu hein gostei
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João Lagarelhos
31/1/2018 06:39:15 pm
Obrigado pelo seu comentário Adriana. Vamos a isso! Se quiser saber mais informações sobre os nossos processos de coaching que a ajudem a desbloquear a sua visão de si mesma para que possa “voar” basta preencher o formulário acima e marcar uma sessão. Vamos a isso invista em si já.
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Rui C
23/2/2018 08:15:38 pm
Muito fixe. Gostei do espírito. Boa
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João Lagarelhos
26/2/2018 10:55:21 pm
O meu obrigado Rui!
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Luis Antunes
7/8/2018 11:23:43 pm
Muito fixe :)
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Maria A.
8/12/2018 08:39:22 pm
Revi-me em vários pontos neste escrito. A mim e a muitos em meu redor. Direto e articulado com sabor. Bem Haja. Cmpts. Maria A.
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António
13/8/2019 07:26:24 pm
Grande artigo! Saudações motards
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João Lagarelhos
22/8/2019 02:53:23 pm
Obrigado. Bons passeios, bons sonhos, boa vida.
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Ruben Viana
6/5/2020 10:54:34 pm
Que delícia. Obrigado. U m abraço
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10/5/2020 07:07:44 pm
Obrigado Ruben, fico feliz pelo seu comentário. Sempre ao dispor.
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