Existem certas expressões que ouvimos frequentemente as pessoas dizerem e que podem constituir um sinal de alerta da possibilidade de estarem a vivenciar stresse: Nunca tenho tempo suficiente para fazer tudo, nunca vou conseguir chegar aonde quero, sinto-me muitas vezes ansioso(a), sinto um nó na garganta frequentemente, tornei-me impulsivo(a)/agressivo(a)/ insatisfeito(a), cada vez fumo mais e/ou bebo mais, no café ou em casa, cada vez tenho mais doenças, sinto que estou a perder o gosto pela vida. O aparecimento de alguns sintomas físicos também devem merecer a nossa atenção: formigueiro nos membros, insónias que provocam fadiga matinal, variações do apetite seja de defeito ou excesso, sensação de falta de energia, tonturas, dores de cabeça, alterações do ritmo cardíaco, problemas digestivos, problemas de pele. O ritmo acelerado da vida contemporânea traz frequentemente a noção que certas sensações e/ou experiências sejam percebidas como aceitáveis, normais, o que leva as pessoas a não lhes atribuírem o significado de alerta. Compreender o que é o stresse, quais os seus sinais e como podemos tratá-lo constitui um conhecimento importante de qualquer cidadão contemporâneo. O que é o stresse? O conceito de stresse nem sempre teve o mesmo significado ao longo dos tempos: No século XVII começou a adquirir popularidade através da utilização do termo strictus do latim que representa adversidade ou aflição. No final do século XVIII, começou a estar mais associado a força ou pressão exercida sobre uma pessoa, seja sobre o seu organismo como sobre a sua mente. Este conceito de força ou pressão deriva muito da Física, disciplina precursora no seu estudo; nesta perspetiva o stresse é associado a uma força externa que provoca uma reação de deformação ou de destruição nos corpos a ela submetidos e que é designada de strain (tensão). Foi já no século XXI que as ciências biológicas e as ciências sociais se interessaram de modo mais particular por este conceito e começaram a investigar os seus efeitos na saúde física e mental das pessoas. A Medicina considera o stresse como um fator(es) que causa(m) perturbação nos mecanismos homeostáticos que regulam o equilíbrio físico e mental do indivíduo. Nesta conceção é possível verificar que o stresse continua a ser visto como uma força externa, relativamente objetiva, que provoca desequilíbrio no organismo.
Nesta conceção o stresse passa a estar mais ligado à resposta do organismo às forças externas pressionantes ou desafiadoras. Ao centrar o conceito em aspetos mais subjetivos a Psicologia oferece uma descrição mais dinâmica e funcional do stresse pois, em último caso, o que conta é a capacidade da pessoa para enfrentar as exigências e adversidades da vida.
Nesses casos, o stresse pode representar a existência de dificuldades de adaptação na medida em que a submissão do organismo a forças de elevada intensidade ou frequência o tornou incapaz de regular o equilíbrio homeostático. Quando isso se verifica o stresse provoca complicações que enfraquecem os sistemas de defesa e deixam o organismo vulnerável à enfermidade. Então o efeito positivo ou negativo do stresse é definido na relação entre a intensidade e duração da força stressora e a resistência ou elasticidade do organismo; é nesta esta relação que se avalia o nível de tensão do indivíduo. O segundo, distress, induz perturbação pois apresenta exigências excessivas para as competências ou estratégias que o indivíduo dispõe. Esta dificuldade aumenta na medida em que a submissão a exigências demasiado superiores às competências do indivíduo fazem com que ele emita respostas gerais ao invés de específicas, ou seja, produza comportamentos que não estão estritamente relacionados com as caraterísticas específicas dos estímulos stressores. Quais são os sinais que indicam a existência de stresse? Alguns sintomas somáticos são mais facilmente associados ao stresse:
preocupações excessivas constantes, impulsividade ideativa e emocional, dificuldade de atenção e concentração, dificuldades de memória, alterações da líbido, labilidade emocional, apatia ou desânimo, irritação ou raiva, baixa tolerância à frustração, perda de interesse. A vivência aguda e/ou prolongada de alguns destes sintomas tende a causar depressão clínica.Sendo verdade que muitos acontecimentos de vida colocam exigência elevada às pessoas e podem provocar stresse é importante que as pessoas valorizem a sua capacidade de enfrentamento (coping) das situações de adversidade e/ou complexidade. A ausência de estilos de funcionamento e competências que assegurem essa capacidade pode ser transformada pela resignificação dos estímulos com potencial ameaçador. Essa transformação permite a modificação de crenças e esquemas cognitivos e da reorganização das cargas emocionais associadas o que facilita o processo de desenvolvimento de competências de coping.
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