A nostalgia mexe com a nossa capacidade de perceber o tempo. Falar de nostalgia obriga a falar de tempo. O tempo, esse conceito altamente simbolizado por todos nós (humanos) e pelo nosso modo de o olhar. O tempo é variável, é pessoal e intransmissível.Ao lembrar dos verões de tempo infindável que experienciámos em criança, quando chamávamos mesmo de “férias grandes”, por ser um tempo estranho que parecia não mais terminar, e como esse tempo é vivenciado na idade adulta ou mesmo da idade avançada, verificamos a relatividade pessoal e contextual a que o tempo está ligado. A nostalgia remete, habitualmente, para desejos de voltar a um tempo, a uma experiência pessoal da vida vivida e experienciada, guardadas na memória com conforto.O ser humano gosta de conforto, gosta de equilíbrio e de zonas que o propiciem. Assim, é comum, procurar conforto e prazeres em fases mais exigentes de vida e em que ela puxa mais por nós, ou seja, quando as coisas começam a mudar de um modo mais substancial, como por exemplo o casar-se ou o divorciar-se, o começar uma nova carreira ou o mudar de país. E torna-se de certo modo prazeroso ter um sentimento nostálgico face ao que foi vivido no passado, uma forma de nos lembrarmos do que fomos, onde estivemos e como tudo era engraçado e fácil, visto com os olhos de hoje. Hoje em que as coisas são difíceis, nos trazem ansiedade e dor. Hoje em que comparamos com o que já foi e sentimos que foi melhor. As saudades que eu já tinha... A nostalgia que não é saudade
Um psicólogo americano, o Dr. Holbrook, estudou o tema e constatou que a nostalgia pode mesmo remeter para questões para além da própria experiência pessoal, como por exemplo, remeter para a história estudada e até sociedades que alguém nunca experienciou e mesmo assim sente falta, em certa forma, uma nostalgia que funciona como um apego emocional ou anseio por fases na história anteriores ao seu próprio nascimento. Embora pareça estranho, basta lembrar das vezes em que se ouve “No tempo dos reis é que era espectacular!” ou ainda “Quem me dera ter vivido na década de 60 e usar aquelas roupas e carros extraordinários”. Mas qual é a função psicológica da nostalgia, afinal?
Esta experiência emocional importante ajuda-nos a praticar uma importante técnica de psicologia, a visualização.Visualizarmos o que queremos ser, onde queremos estar, enfim, visualizar o porquê e o como, é tão essencial como as experiências sociais são para nós, seres sociais. E esta é exatamente outra das suas funções. Unir o passado social com o presente e antecipar o futuro social das relações que o humano mantém. Uma ponte psicológica portanto. O facto do tempo ser irreversível significa que não podemos mesmo voltar atrás, por isso, a nostalgia, é uma experiência emocional que nos ajuda a lidar com um conflito interno entre o desejo amargo pelo que nunca pode voltar a ser ou acontecer novamente contra a doçura de o ter experimentado e de poder revisitá-lo e revivê-lo novamente, vezes sem conta. Como pode a psicologia ajudar a sair da nostalgia permanente?
Olhando o passado como mais identificativo, o que é que isso lhe quer dizer? O que é que nesse tempo surge de especial que falta hoje? Porque está a ser difícil olhar para a frente? Que fuga será esta a que se agarra em modo de nostalgia? Assim, procurar aconselhamento para ver de outro ângulo e aprender porque surge a nostalgia aliada a alguma inquietação como um escape ao momento atual torna-se importante. Muitas vezes, constatamos em consulta que a nostalgia surge em períodos de transições cruciais para o desenvolvimento e processo evolutivo. Outro dado importante de analisar surge quando se procura encontrar motivos para se ter sido amado num passado nostálgico e memorizado de um modo diferenciado do atual que se encontra muito ligado a crenças e a profecias que se auto cumprem e que precisam muito ser desconstruídas para que se viva no único momento realmente existente, o aqui e agora, o presente, o hoje. Convido-o também, a percorrer este caminho de análise e Desenvolvimento Pessoal, para que possa viver no presente alinhado consigo próprio.Marque a sua consulta de Psicoterapia e seja a sua melhor versão. Espero por si para o(a) acompanhar nessa descoberta pessoal.
2 Comments
Ângela A. L.
7/1/2020 08:21:02 pm
Adorei
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